Quando visitei, pela primeira vez, aquela casa pobre, meio escura, carregando em sua aura a dor e a resignação, não pude mais esquecer as profundas lições que a vida ali me reservava. Era uma manhão de sol em pleno feriado de sete de setembro. Dentro da casa o corpo disforme de Antonio Lourenço, o nosso, a partir dali, Tota.
Sua mãe heróica, Gercina, nos levou ao quarto onde seu tesouro- como ela definia o Tota- estava deitado. O cheiro da falta de higiene e as condições dolorosas daquele corpo impactaram o coração. Os olhos brilhantes de Tota eram os unicos elementos que indicavam ali um ser humano. Tive a nítida imprssão que não era a primeira vez que o via, embora fosse a primeira ocasião do nosso encontro na atual existencia.
Depois da sua morte oito meses depois do nosso primeiro contato,ele reaparece em nossas atividades mediunicas e escreve por meu intermédio detalhes da intimidade da familia e explicou, com uma lucidez própria das almas mais evolvidas, a origem do drama que o vitimou e à sua família. Coisas do passado, das reencarnações mais longínquas. Foi uma aula viva da Justiça da Lei e de como a Misericórdia divina vem em nosso auxílio. Ele, agora, era só gratidão pelas limitações a que se viu afeito. O corpo- prisão tinha representado um salto magnífico em sua trajetória. E nos falou da perfeição das Leis de Deus e do Amor ainda não compreendido pelo ser humano.
Dois livros de Tota veio à lume. Estão esgotados mas pretendo reeditá-los: O Amor Agradece e Nova Esperança. Que Jesus envolva o querido amigo em Suas luzes, afim de que possa clarear nosso mundo interior e possamos aprender que temos inúmeras possibilidades de construir a felicidade sem maiores limitações no corpo.Essa consciencia é importante para que não venhamos apenas a valorizar as coisas quando as perdemos.
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