Tenho pensado de vez em quando: de que adianta orar o pai nosso ou ajoelhar- me na direção de MECA, se não consigo olhar o outro como meu irmão caso ele não comungue comigo da mesma crença?
Como posso dizer - me cristão, se rejeito alguem pelo fato dele enxergar a vida por um prisma diferente do meu ou estabeleço anomosidade com o meu semelhante porque ele frequenta um templo diferente do meu?
Essas reflexões me levaram a entender que as circunstâncias dolorosas que atormentam o planeta, com o seu cortejo de conflitos e violências, em boa parte tem sua cota de responsabilidade na incoerência que caracteriza os religiosos de diversos matizes face a não vivência dos postulados abraçados.
Uma amiga me dizia que saia de um culto da igreja evangélica frequentada pelo seu marido, ao mesmo tempo que grande quantidade de pessoas saía de outras igrejas das imediações. As ruas estavam abarrotadas de frequentadores desses vários templos e ela observou que nos bares em volta havia uma pequena quantidade de frequentadores bebendo nesses locais. Ela, então, fez um comentário para o companheiro à respeito da enorme quantidade de pessoas saindo dos cultos e da pouca quantidade de pessoas nos bares. Eu fiz, então, uma observação para a amiga: Isso comprova que, grande parcela dos problemas da convivência humana, tem o seu nascedouro na dificuldade que temos de viver os postulados espirituais, religiosos que afirmamos nortear nossa vida. Ela ficou um tanto pensativa.
Ora, todas as religiões fguardam princípios superiores em sua estrutura basilar. Há sempre cota de espiritualidade nos textos das diversas expressões religiosas.Princípios de generosidade e compaixão pontificam nas páginas sublimes dos livros sagrados das várias denominações e, no entanto, preconceitos e agressividade destacam- se nas atitudes dos seus seguidores. O Islamismo carrega a seiva da bondade e do pacifismo. O Hinduismo prega a retidão de caráter. O Cristianismo canta o amor expresso na caridade. E por que, com mais de 80% das pessoas religiosas no mundo não conseguimos a vivência fraternal?
Sem dúvida, se vivêssemos 10 % do conteúdo das nossa escolhas religiosas a Terra já teria dado um significativo salto no rumo da paz e da fraternidade legítima. Infelizmente, assistimos, ainda, à prática do exclusivismo divino(O meu Deus é mais forte), da exclusão emocional e afetivo pelo fato do outro pertencer a outro credo, etc. Será que não percebemos que essa postura é uma antítese do que indica o espirito de todas as religiões?
Isso a que me refiro não significa relativismo de crença. Tenho minhas convicções perfeitamente consistentes e definidas mas não implica que não venha a entender que Deus se irradia com nuances diferenciadas nas várias religiões. E que posso perfeitamente lembrar que os que me cercam e frequentam outros templos são meus irmãos, filhos do mesmo Pai. Aliás, o Ideal, quanto mais elevado mais se movimenta para incluir criaturas e não excluir. Podemos construir coisas belas lado à lado com quem crê em Deus à sua maneira. Não há antagonismo, qualquer impedimento que possa nos fazer pensar ao contrário.
O que podemos fazer juntos, nós, os religiosos das múltiplas crenças? Essa indagação é elevada e merece nosso olhar e nossa busca de magnanimidade.
P.S. Por favor, continuem enviando seus comentários. O mais rápido que eu puder terei solucionado o problema que vem dificultando a publicação dos mesmos.
Boa Noite, muito obrigada!
ResponderExcluirSe todas as pessoas se conscientizassem de que desde o principio são FILHOS de DEUS,não haveria dissonância entre elas. Acredito que não é a religião que salva, mas a fé, o compromisso de manifestar através do altruísmo, da benevolência, da caridade...o amor de DEUS. Costumo dizer a mim mesma quando alguém me incomoda que DEUS está me abençoando através da pessoa que me incomoda, e depois reflito se não sou eu que estou incomodando. Obrigada Frederico por suas palavras inspiradoras.
Um forte abraço.
Muito Obrigada por você existir, e ter tido a oportunidade de conhece-lo.
Fred,
ResponderExcluirComo sempre suas palavras são inspiradoras e, se realmente cada um de nós vivêssemos pelo menos um poquinho baseada nos ensinamentos de Deus o mundo seria melhor. Talvez o nosso grande problema como ser humano seja achar que detemos a verdade e não aceitar a verdade dos outros.
Abraços,
Adriana Melo (Campina Grande)
PS A Globo News (canal fechado) vai apresentar uma série de programas especiais sobre Chico Xavier. Começa na próxima quarta.
Mas Fred, queria ter podido levar toda essa sua mensagem para o pessoal lá do núcleo hoje, justamente por se tratar de uma palestra (no meu caso conversa) sobre o preconceito, onde falei sobre o preconceito racial,econômico, social e principalmente o de crenças... =[ ahhhhhh!!fiquei triste...
ResponderExcluirAbração querido amigo!!!
Fredizinho, concordo com as suas palavras.Tantas pessoas brigam pela veracidade de sua crença e esquecem de proferir a irmandade, se vivessêmos dentro do que a verdade prega, jamais existiria essa pequena parcela de pessoas nos bares, se estão ali, é porque sofrem é porque se sentem vazios...E se estão perto de templos religiosos é porque estão pedindo a ajuda dos que tanto falam na palavras de Deus.Não importa as diferenças religiosas e sim o tamanho do coração que existe em cada um de nós,quantos evangélicos ja não levaram o conforto aos presidiários e o fizeram acreditar em uma nova possibilidade de vida???.Deus é bom,ele so quer que o mundo evolua pelo o amor,pela varacidade de suas palavras.
ResponderExcluir