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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PASSEATA NA FRANÇA

Ao ler nos jornais a passeata de protesto de milhares de franceses contra o projeto do presidente Hollande sobre a legalização ao casamento homossexual sem que essa passeata cause nenhum arrepio ou mal estar à democracia francesa, uma das mais maduras do planeta, berço do iluminismo, da revolução que mudou a face política e social não só da Europa mas de todos os continentes, recordo o que ocorreu no Brasil nas duas últimas eleições - para presidente e para prefeito. Quando religiosos e alguns poucos políticos levantavam o debate sobre o aborto, se posicionando contra, "surgiam" os "politicamente correto " para acusar a atitude como fascista e coisas do gênero. Ora, em qualquer democracia séria e madura do planeta, temas polêmicos como estes - aborto, casamento homoafetivo, eutanásia - fazem parte do cardápio de debates pois são ações ( legalizar ou não ) a serem definidos por governantes eleitos e que incidiram diretamente sobre a vida social. São ações políticas, portanto. Se o são, por que quem não concorda com elas não teria o direito de se posicionar e debater ? Por que teria que ser favas contadas apenas pelo fato de um dos candidatos ou partido apoie e, a partir daí, teria que ser adotado ?


Falo particularmente sobre o aborto. É tema sim, de eleições. Desejo votar em candidatos que, dentre outras coisas, como seus projetos administrativos, tenham posições que sejam condizentes com minhas convicções morais e éticas. Em outros países, embora saibamos que muitas mazelas como as nossas nessa área existam, os políticos assumem suas posições e são instados pela imprensa a se posicionar para conhecimento dos eleitores. No Brasil, por incrível que pareça, boa parte da imprensa adota o discursos enganador de que não se deve falar de aborto por não ser tema político...ora, nada mais falso e equivocado. A França nos dá mais um exemplo. Uma boa parte da população francesa discorda do ponto de vista do governo. Se estão certos ou não, não entro, nesta postagem, no mérito da questão. O que desejo abordar é a falácia, o engodo de não podermos questionar as posições de nossos políticos e candidatos quanto à temas sensíveis - e no caso do aborto profundamente grave para uma boa parcela de eleitores, sobretudo os religiosos.


O debate é salutar numa democracia. O contraditório serve para legitimar os valores democráticos. Nada de : "quem é a favor é avançado, luminar e coisas mais" e os que são contra atrasados, fascistas, e outras agressões. Aqui mesmo, no nosso espaço, postaram comentário com palavras agressivas, de baixo calão, pois me coloquei contra a legalização do aborto. E quem me conhece sabe que não fico em cima do muro, embora tenha como premissa respeitar quem pensa diferente e não os considero monstros, destruidores da humanidade ou coisa semelhante. Claro que nem postei o comentário. Teria pudor de o fazer. Voces não merecem ler o que me foi enviado, atacando-me. Falo o que o espiritismo me ensinou e provou sobre o aborto. E entendo que o desconhecimento das grandes verdades espirituais alimenta o pensamento dos que anseiam por efetivar a prática.


Quase 800 mil franceses se posicionaram, segundo estimativa dos organizadores da passeata, quanto ao tema. Foram respeitados democraticamente. Assim tem que ser. Posso não concordar com a posição de alguem, no entanto, devo defender o direito que ele tem de te-la. Esse é o pensamento de Voltaire, o filósofo frances iluminista. E se não nos posicionássemos; se milhares de religiosos não houvessem se colocado, talvez o aborto já estaria sendo praticado com o amparo do Estado, sem qualquer respeito às vidas, sobretudo, dos espiritos que necessitam renascer, tal qual nós mesmos.

4 comentários:

  1. Fred, esse tema da união homoafetiva é muito delicado e difícil. Somos nordestinos e nossa cultura patriarcal não permite compreender a fundo essa nova forma de relacionamento. Mesmo sendo espíritas o nosso modo de ver os relacionamentos afetivos dificulta o entendimento da coisa, porque nos choca. Vou procurar ser didático para que você compreenda.

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  2. Não existe casamento homossexual, pois a palavra casamento é um termo judaico-cristão e, por este motivo, os gays chamam de união homoafetiva. Desta forma eles saem do universo cristão e entram no mundo das leis para efetivar um relacionamento sem a influência das igrejas ou instituições religiosas nas suas vidas afetivas. A questão não é atividade sexual e sim afetividade. Estou lhe dizendo a coisa de forma didática por sei que você merece e é um grande trabalhador, mas esses ventos estão chegando por aqui, via lei, e não há como impedir.

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  3. A palavra facismo é muito forte e carrega um tom muito depreciativo, mas deve ser assim porque a natureza do facismo é semelhante a do comunismo soviético. Eles são as faces da mesma moeda, que é chamada de totalitarismo. Nos prendemos muito ao sistema político, mas o importante não é isso e sim o comportamento intolerante que levou a esses mundos extremistas. O fanatismo ideológico levou tanto ao facismo quanto ao comunismo e a chave para entender a coisa é o ódio as diferenças. Assim como os nazi-facistas tiraram a vida dos gay, judeus e outras minorias porque eles eram diferentes, os soviétivos fizeram a sua revolução tirando a vida de ricos e nobres porque eles não eram comunistas ou pobres, entendeu o problema? O sujeito faz mau ao outro pelo que ele é e não pelo que ele fez. Esse é o rosto perverso do fanático ideológico ou religioso. Ele não usa da razão e possui muito ressentimento. Estes são os motivos para que o trabalho de Joana de Angelis no nordeste e no Brasil seja tão importante, porque ela trabalha isso muito bem dentro da psicologia espiritista. É o 3º gigante da alma, segundo ela mesma disse com grande propriedade, e temos o dever de a ajudar.

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  4. Não sou espírita, sou católico, mas me posiciono contra a união homoafetiva, o aborto e a eutanásia não por convicções religiosas ou para ser fiel à doutrina católica mas por razões puramente naturais. O sexo entre os humanos tem dupla função: Procriação e Satisfação dos Cônjuges, como pares homossexuais não procriam a relação sexual entre eles deixa de ser natural, como aborto é assassinato hediondo de seres inocentes e indefesos e eutanásia é assassinato de idosos igualmente indefesos, qualquer indivíduo, seguidor de qualquer religião ou ideologia, até mesmo agnósticos e ateus que usem sua consciência e sua condição humana retamente, de acordo com a natureza, se posiciona contra todas essas ignomínias.

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