EDUCADOS POR UM "MORTO"

Temos uma tendencia a cristalizar a visão sobre qualquer assunto. É algo como desenvolver a ortodoxia. Quando isso ocorre em assuntos transcendentes, então, é uma temeridade. Quem sabe tudo sobre mediunidade? o que conhecemos, realmente, sobre fenômenos mediúnicos? qual a dimensão da elasticidade desses fenômenos?

Uma coisa são as normas para o bom funcionamento de uma reunião mediúnica numa casa espirita, ordenando e disciplinando o seu funcionamento, coisa extremamente salutar e necessário; outra coisa é tentar moldar, rigidamente, como o fenômeno se dê nos diversos ambientes humanos. Pior ainda é tentar fixar o funcionamento da Grande Lei a partir de nossa estreita visão. Pouco sabemos de tudo isso. Fiz essa introdução para narrar-lhes uma experiencia que conheci de perto. Ontem, antes de dormir, me veio à lembrança tal fato e o desejo de postar a respeito para nossas reflexões em conjunto. Segue o fato:

Uma senhora muito amiga de minha família, D. Iracema, cheia de dignidade e nobreza de coração, apresentou, desde pequenina, faculdade mediúnica apreciável. Falo melhor dela num livro que estou escrevendo e espero, breve, publicar. Pois bem, nossa Iracema casou, teve filhos e utilizava sua mediunidade para atender alguns casos na própria residencia. Ressalvo que ela não é espirita e sim, médium. Ficou viúva com os meninos ainda crianças. A preocupção natural de ve-los crescer sem a referencia paterna se desfez por um fenômeno inusitado: o marido desencarnado continuou, depois de algum tempo na dimensão espiritual, a educar os filhos através da mediunidade da esposa. E eles cresceram falando com o pai e até sendo por ele admoestados quando faziam algo inadequado. Contam eles, agora adultos, formados, profisionais e donas de casa, que várias vezes, estando a brincar, recebiam o recado de que o papai desejava falar com este ou aquele. Interessante é que, apesar de terem feito a trela em segredo, sem que a mãe soubesse, noutro lugar fora do bairro em que moravam, o pai desencarnado revelava que sabia do malfeito, dava detalhes do que haviam feito de errado e era rígido, austero para com eles, colocando-os de castigo quando achava que mereciam. Para eles, era natural aquele contato singular pois cresceram dessa forma.

Podemos ficar a pensar: por que outros filhos não tem essa oportunidade? aí é que entra os diversos ângulos da questão. A mãe é possuidora de aguçada faculdade psíquica. Se foi permitida tal interferencia, podemos dizer extremamente rara, é que os planos do alto para isso incluía diversos fatores, desde merecimento até ensinamentos diferenciados dos padrões comuns sobre o tema. Creio que só no mundo dos espiritos poderemos saber melhor à respeito do fato. E se, muitas vezes, nos defrontamos com processos obsessivos em que os perseguidores interferem, cotidianamente e ostensivamente, na vida da vítima, por que, no angulo positivo não poderíamos ter algo dessa natureza?

Trouxe esse acontecimento para nossos estudos. Há muita coisa que precisamos aprender em torno desse mundo invisível para nós, que nos cerca e nos influencia muito mais do que imaginamos, conforme observação feita pelos espiritos superiores à Allan Kardec e que se encontra inserida na obra "O livro dos Espiritos". Reflitamos.

P. S. Que bom que pude postar algo neste dia. Estou me preparando para ir à rádio. Feliz natal à todos. Volto em breve.