Antes de mais nada peço desculpas pelos dois dias sem atualização. Tive um problema no meu computador. Ainda estou sem poder utilizá-lo. Escrevo no computador de um amigo, meu querido irmão Rubens. Esse o motivo de só hoje está postando. Mas, vamos ao assunto da nossa postagem.
No trabalho emocionante que realizamos na véspera do natal - o projeto "onde Jesus passaria o natal" - tivemos, dentre tantas lições inesquecíveis, um momento que foi, para mim, marcante, a relatar algo mais dos inúmeros dramas humanos. Na invasão do Pocotó, uma das comunidades assistidas pela Casa do Caminho, dentre os vários barracos daquela comunidade, fomos ao barraco do seu Damião. Homem de fisionomia sofrida, vivendo em condições deploráveis, telha de zinco, madeira velha e chão batido compondo sua casa. Entregamos os donativos e fizemos a oração, como o fazemos em cada habitação que entramos, rogando as bençãos de Deus para sua vida e de seus familiares. Antes perguntamos pelos familiares. A resposta foi triste, a voz cortada pela emoção. Percebemos o drama que marcava aquela existencia. Após a prece, Damião desabou em lágrimas. Estava sozinho naquela quase noite de natal. A esposa havia deixado o lar e levado os filhos.
Claro que ela deve ter seus motivos para a decisão drástica. Não entraremos, porem, no mérito da questão. Não sei quem estaria mais isento no problema conjugal. A questão é o que está vivendo o Damião e, com certeza, os filhos, longe dele. A companheira, possivelmente, tambem deve sofrer sua cota de dor. As lágrimas de Damião me comoveram. Seu rosto de homem marcado pela dor, soluçando naquela solidão, deixou uma lembrança aguda em mim. Tentamos consolá-lo. O grupo o abraçou sem julgamentos e sem indagar sobre o que acontecera. Não era o momento. Apenas o fizemos sentir nossa solidariedade. Se desejasse falar, estaríamos ali para escutá-lo. Voltaremos lá, no entanto.
Ah, quantos Damiões por aí à fora! Quantas companheiras e filhos no vazio das separações, sempre traumáticas, sempre dilacerantes!
Após as várias visitas, ficou mais um longo aprendizado sobre os intrincados labirintos da vida humana. Olhei para o céu, agradecendo ao Pai pela oportunidade do serviço e pensei naquelas vidas quase sem perspectivas, quase sem sonhos, quase sem natal. Quase, pois eles possuem uma fé em Deus e mesmo que não tivessem, o Senhor da Vida estaria com eles. Eles tem a Jesus e seus amigos, os cireneus do caminho. Por isso, jamais estarão perdidos. Damião sabe disso.
Realmente Fred, se observar-mos bem poderemos perceber que existem várias pessoas sós, sem nenhuma família, sem um lar sólido e principalmente sem alegria, espero sinceramente que esses nossos irmãos sejam confortados com a paz de Deus e que nós aprendamos com isso e passemos a dar um valor maior ao encontro famíliar de um simples café da manhã, que a paz de Deus esteja sempre contigo.
ResponderExcluirbeijos e saúdades!!!!
karine