O ESPIRITO E A NATUREZA

Nossa nave de experiencias iluminativas - a Terra - vive momentos delicados. A natureza, inclemente, parece uma força revoltada, incapaz de se segurar, destruidora quando arregimenta sua energia colossal e provoca reações telúricas arrasadoras. Os militantes das causas ecológicas e vários cientstas, no entanto, vem alertando para a ação do ser humano sobre a natureza de uma maneirai nefasta, exaustora e desequilibrante. É fora de dúvida que temos tido uma relação deplorável para com a generosidade da mãe natureza .

Dentro das observações pertinentes ao preocupante quadro que provocamos em nosso habitat físico - não nos esqueçamos que nosso habitat original é o da dimensão espiritual - precisamos, tambem, estender nossa concepção ecológica. E há uma gama imensa de novas angulações para compreender mais amplamente nossa interferência nociva sobre o meio ambiente.

Agredimos o meio ambiente não apenas quando construimos barragens nos rios ou desmatamos inconsequentemente nossas florestas. A poluição espiritual que provocamos não seria tão devastadora quanto `a sonora ou visual ou ainda das chaminés dos carros e das fábricas? Nossa poluição mental, eivada de "partículas" atormentadas, de frustrações e medos, de raivas e ressentimentos, não seria, na verdade, elementos causais da poluição do meio ambiente físico? ora, se somos partes da natureza, nossas ações internas não seriam forças amplamente capazes de agredir vigorosamente a outras partes dessa mesma natureza?

É fundamental entendermos que a melhor contribução que podemos dar à defesa da natureza é nossa educação espiritual. Inicia-se aí. As ondas de energias que cada ser humano deseducado espiritualmente irradia são tão deletérias quanto as explosões nucleares tão temidas. Levar em consideração que somos espiritos, os agentes inteligentes da vida e o quanto influenciamos o mundo à nossa volta com nossa realidade emocional, é posicionamento de grande valia na preservação da natureza. Descargas de ódio ou de mágoas são explosivos impactantes sobre o equilíbio do planeta que nos serve generosamente para o processo de evolução.

Não nos basta plantar árvores ou salvar esta ou aquela espécie vegetal ou animal. Isto tambem. É necessário salvar nossas emoções, nosso universo psicológico, devastado pelas fobias e angustias, pela insegurança e emoções agresivas, envolto em uma atmosfera de inquietação e competitvidade predadora. Precisamos, tambem, de uma tomada de atitudes quanto aos valores de forte teor materialista, propiciadores de falsas necessidades que atormentam os seres humanos, assediando-os com ansiedades e stresses sem conta.

Nossa espiritualização já é uma grande contribuição para a preservação da natureza, do planeta que habitamos, pois daí advirão ações amorosas e um imenso respeito à vida. Plantemos árvores, no entanto, perdoemos tantas vezes quanto se fizer necessário. Salvemos da extinção animais e plantas, porem, promovamos a preservação da generosidade e da compaixão em nosso relacionamento conosco mesmo, com o próximo e com Deus. Reciclemos o lixo mas não nos esqueçamos de reciclar nossos valores e atitudes, nossa maneira de pensar e sentir, por amor à natureza que intentamos defender. Cobatamos os testes de armas de qualquer espécie, porem, não nos esqueçamos de cessar nossas explosões de mágoas e ódios, de inveja e ciúme, pois degradam a qualidade de vida de quem sente esses miasmas dos sentimentos bem como todo o cosmo ambiental à nossa volta. Façamos nossas caminhadas pela paz e pelo meio ambiente, no entanto, não nos esqueçamos de caminhar para dentro de nós mesmos em busca da transformação íntima e na direção do outro, para compreende-lo e auxiliá-lo com a compaixão dos que se sentem integrados a tudo e a todos.

Como a paz do mundo começa em nós, a ecologia tambem.