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sábado, 13 de agosto de 2011

DANTE, E O INFERNO MAIS ARDENTE

O grande poeta italiano, Dante Alighieri, em sua magistral obra A Divina Comédia, em que provavelmente escreve o que percebeu desdobrando-se em corpo astral, narra, sobre o sétimo círculo do inferno : " Este lugar, o mais horrendo e ardente do inferno, está reservado para aqueles que, em tempos de crise moral, optaram pela neutralidade ."


Impressiona a colocação do grande poeta. E o faz exatamente pelo fato de associarmos a neutralidade ( na verdade, a omissão ) à "não culpabilidade", como se a indiferença nossa nos eximisse das consequencias inerentes à posição tomada. Recordo que já fiz comentário aqui no blog à respeito de uma assertiva de Marta, nossa amiga espiritual, em que ela coloca enfáticamente, que "não há neutralidade nas leis morais: O bem que deixamos de fazer já é nossa contribuição para o mal".


Ghandi tambem faz referencia à omissão dos bons, e Martin Luther King, o líder negro americano, falava que o que mais o assustava não era nem mesmo a maldade dos que estão ainda atrelados às sombras e sim, a indiferença dos bons.


Estamos em tempos de crise moral semelhante ao texto de séculos atrás. Valores são invertidos e em nome do liberalismo ou de uma concepção dita progressista, intenta-se subverter aspectos morais. Aplaude-se marchas pela descriminalização das drogas, como se estas não destruíssem lares e famílias, como se vidas não fossem lançadas nas sarjetas e não causassem sofrimento. Atos ilícitos multiplicam-se e não nos posicionamos. Tenta-se atingir a família, base de sustentação do organismo social e muitos tem receio de ficar contra o "politicamente correto" ( correto ? ).


Nesses tempos de enormes desafios morais, esperam os céus que mostremos a firmeza de nossos ideais, de nossas convicções. A afirmativa de Dante, embora com a simbologia própria das figuras de linguagem, deve merecer de todos nós a reflexão devida. O convencionalismo social nos prende ao fluxo das ilusões próprias de quem não conhece a vida que segue alem do túmulo. Faz parte do nosso testemunho romper com essa linha de se apoiar o que vem sendo apontado, equivocadamente como "respeito às escolhas de cada um ". Respeitamos, sim, MAS NÃO DEVEMOS NOS OMITIR EM COLOCAR OS EFEITOS DESSAS ESCOLHAS INFELIZES.


Há muitos corações atormentados na Terra e na dimensão espiritual vitimados por estas inversões de valores. Podemos, quem sabe, impedir que outros tantos, alem de nós mesmos, possam tombar no sétimo círculo de dor.

3 comentários:

  1. mensagem convidativa para muita reflexão, assim como todas que são postadas aqui nesse blog!

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  2. Como disse Lady ly, essa postagem é mesmo convidativa à reflexão e na minha pequenez sempre me questionei: Como ficam as pessoas que não fazem o mal, mas que também não fazem o bem? Lendo agora esse post e as colocações da nossa querida Mãe da Caridade, trazidas pelo nosso Fred, começo a compreender melhor.

    "não há neutralidade nas leis morais: O bem que deixamos de fazer já é nossa contribuição para o mal".

    Ainda é comum nos depararmos com pessoas, cuja visão as limita apenas e tão somente ao “seu mundo”. Não se importam com a situação social do país, a pretexto de não gostar de política; não querem saber dos que vivem em situação de miséria e abandono, “porque nada podem fazer”; não querem ir a Igreja, "porque é chato"; não querem compreender o que diz a doutrina de Jesus," porque tem um tal de umbral" (como se não querer saber de algo, fosse fazer com que deixe de existir). Não são boas nem más, são indiferentes!
    Argumentam que já têm muitas despesas e não tem como ajudar ninguém; também não querem parar para ouvir um amigo ou alguém que esteja precisando ser ouvido, “porque já tem seus próprios problemas e não têm tempo”, (embora gostem de ser ouvidas). São “felizes” assim: comem, dormem se divertem ou pelo menos buscam se divertir, embora nunca estejam satisfeitas. Até que algum dia a vida as chame a razão.

    No auge de minha ignorância, a vida me parecia injusta até começar a estudar a Doutrina de Jesus.Hoje apesar de mal ter começado a estudar, compreendo que não estamos aqui a passeio e, principalmente, não somos os únicos. Ou seja, o pão que me alimenta deve alimentar também o meu irmão; a roupa, o ar, a vida que tenho o meu irmão a merece igualmente, e, compreender isso, nos torna pessoas mais felizes, pois como você diz “o amor é a única coisa que quanto mais você doa, mais você recebe”.

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  3. " Este lugar, o mais horrendo e ardente do inferno, está reservado para aqueles que, em tempos de crise moral, optaram pela neutralidade ."

    Espetacular !

    Parabéns.

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