Não é raro encontrarmos circunstâncias em que pessoas narram experiencias relacionadas com o mundo espiritual em que o desencarnado aponta ser o "dono" de determinadas pessoas. Habitualmente ocorre em núcleos mediúnicos não espiritas, porem, tambem nas casas espiritas o fenômeno ocorre. Neste final de semana, tive contato, mais uma vez, com um caso desse tipo. E a família da criatura assediada vem sofrendo enormes dificuldades ante as investidas de entidades que dizem "possuir" direitos sobre uma jovem senhora. Esta, muitas vezes, se desespera mas mantem-se alimentando a fé de que esse pesadelo acabará em breve. Conversamos com ela, abordando diversas nuances do caso. Mas, gostaria de refletir sobre a atitude dos espiritos que se posicionam dessa maneira.
"Ela é minha", essa a expressão. No caso em pauta, a expressão surgiu depois que essa amiga, por necessidade, buscou uma instituição vinculada aos cultos afro. Após um período por lá, não sentiu maiores afinidades com o genero de atividades da casa e resolveu buscar novos caminhos. Aí começou a aflição. Os espiritos daquela instituição, segundo a jovem nos narrou, passaram a persegui-la e aos seus familiares. A filha tem visto entidades sombrias e uma irmã tentou o suicídio. Podem eles agirem desta maneira, aparentemente onipotentes? onde estaria a Suprema Providencia?
Naturalmente o assunto comporta grandes reflexões atinentes a ação de Deus e os mecanismos que permitem ao mundo espiritual interagir, aparentemente ao seu bel prazer, sobre os homens.
Sabemos que há leis que regem essa conexão ente os dois mundos. Em o Livro dos Espiritos, há uma questão referente ao fato de que " se alguem deseja fazer o mal à uma pessoa, com a ajuda de um espirito mal, poderia?". A resposta é contundente: Não, Deus não o permitiria. Ora, diante disso, nossa mente voa para os inúmeros casos de obsessão e percebemos que há ângulos da questão que necessitam ser averiguados. Entra agora a questão da sintonia, da identificação de energia, gostos e tendencias e, ainda, os comprometimentos dos indivíduos perante a Grande Lei desde vidas passadas. A atual vítima não consegue se aperceber que esses fatos profundamente incômodos representam convites para reavaliação de si mesmo com a iminente necessidade de mudança interior, cortando a linha de alimentação de qualquer assédio infeliz da dimensão invisível aos homens.
A complexidade dos comprometimentos nossos com os núcleos da perturbação, suas variantes diversas, é um desafio para a compreensão do ser humano. A pessoa assediada deseja ficar livre da perseguição mas não consegue compreender que ela mesma é o combustível que move o processo. As vinculações podem ser diretas, como nos casos em que o espirito que assedia fora a vítima em circunstâncias passadas, ou "indireta", quando os ambientes frequentados ou os anseios cultivados, ou, ainda, os desequilíbrios apresentados proporcionam os "plugs" que vinculam os corações e mentes. A extrema materialidade de certos espiritos os coloca na condição de sentirem-se "donos" das pessoas e, muitas vezes, se sentem, sim, no pleno direito de posse sobre as mesmas.
A solução do impasse vai na mesma direção da abordagem espirita, comportando mais ou menos dificuldades conforme a natureza das vinculações e a predisposição do assediado em mudar os próprios passos: tratamento espiritual, fluidoterapia mas, sobretudo, transformação intima, modificando o padrão vibratório que nos caracteriza o ser, elevando-o através de novas disposições mentais, novas atitudes de caráter moral mais digno e vontade férrea de fazer o bem, incendiando o coração com o amor que cobre a multidão de pecados.
Na essência ninguem pertence a ninguem, a não ser quando se deixa escravizar. Se iniciamos, por conta de nossos desacertos, o período da dependencia ou vitimização, tambem podemos iniciar a época da libertação.
Gostaria de ressalvar que milhares de casas que servem ao bem dentro da linha dos cultos afros, não permitem coisas desses gênero e são inúmeros os espiritos cheios de bondade que derramam a paz e a esperança nesses departamentos da fraternidade. Faço essa ressalva para que não generalizemos o quadro. Em toda a parte existem os que se desviam da rota ou os que abusam dos próprios caminhos.
Na literatura espírita de Kardec, é informado que possuímos guias espirituais (anjo da guarda, em outras doutrinas cristãs), que nos acompanha a vida toda, nos dando auxilio....Pq esses seres não intervém em auxilio a estas pessoas que sofrem obsessão ou possessão?? As vezes fica a impressão que nós ainda nesta condição vibratória do planeta estamos mais nas mãos do mal ao invés do bem.
ResponderExcluir