As igrejas cristãs, em sua maioria, priorizam, quase sempre, a crucificação, o martírio de Jesus como grande símbolo de sua passagem pelos caminhos do mundo. As imagens do Cristo crucificado se multiplicam nos diversos templos ou nas inúmeras prédicas aos fiéis. O que alimenta essa escolha é a concepção messiânica de que Ele morreu para limpar nossos pecados, dessa forma, retirando de nossos ombros quaisquer necessidades de mudança íntima. É cômodo jogar sobre os ombros sublimados de alguem a responsabilidade em torno da própria "salvação."
O resultado desse processo é a valorização de sua morte ao invés de sua vida. Seria deveras mais proveitoso observar o que foi sua existencia com toda a beleza de suas lições maravilhosas do que deter-se na morte, que teve seu valor, claro, por todo o simbolismo e exempificação de entrega e renúncia por amor à causa, mas que, no meu entender e, creio, de muitas outras mentes, a pujança da renovação encontra-se nas lições ofertadas à humanidade durante sua existência. As palavras sábias, o convite à reflexão através das parábolas e a vivencia do amor de forma eloquente, são os fatores capazes de arrebatar e transformar vidas muito mais que a própria crucificação.
Acredito que predominou sua morte pelo fato de que, para renovar-se faz-se necessário olhar para si mesmo. Alem do mais, em observando suas lições, encontramos a humildade e o despreendimento dos poderes terrenos como fator decisivo para a vivencia do evangelho. Ora, as igrejas anseiam o dominio sobre os seres. Tem sido assim ao longo dos séculos. Para que isso mude, fundamental lembrar a assertiva magnífica: o que desejar ser o maior no Reino, seja o servidor de todos. Quem domina, conforme os interesses do mundo, anseia ser servido.
É preciso olhar mais para o que nos foi legado por ele como o grande roteiro para a plenitude. Mais que sua morte, tambem impactante, imprescindível olhar e refletir na sua extraordinária vida.
Gostaria que você falasse sobre "A relação da natureza com o ódio".
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