O que me levou a escrever esse texto foi um comentário do amigo Nato, referente ao tema "E o espirito disse: ela é minha"? na ocasião, o amigo do blog questiona o fato de termos guias espirituais, como Kardec escreve na codificação, e, no entanto, eles não estariam intervindo para impedir que seus pupilos (nós) caiam em processos obsessivos. Vamos tentar esclarecer a questão.
Primeiro, precisamos compreender melhor qual a função primordial de um guia espiritual ou anjo da guarda. Essa tarefa não poderá, jamais, suprimir o livre arbítrio dos tutelados. A lição precisa ser feita pelo aprendiz. Outro aspecto interessante é exatamente o fato das Leis de Deus estarem estruturadas de uma maneira que cada criatura seja responsável pelo seus méritos e pelos deméritos, ou seja, "a cada um conforme suas obras".
Em segundo lugar, o espiritismo nos desvenda a profundidade da lei de sintonia, grande responsável, dentro da lei de causa e efeito, pelas conquistas e responsabilidades de cada alma. A sintonia, identificação de forças, é a comprovação do que cada um está fazendo de si mesmo. O que plantamos, colhemos. Os nossos Guias Espirituais procuram nos inspirar, insuflam bom ânimo, agem da maneira possivel mas respeitando a liberdade de obrar de cada um. Não há privilégios perante a Lei e nem desprezo ou indiferença desta.
Ante este breve exposto, podemos afirmar, querido Nato, que, na verdade, estamos muito mais nas nossas próprias mãos do que na do mal. O que temos que avaliar é o nosso grau de adesão ao mal, os elementos residentes em nós que promovem nossa sintonia com as forças das sombras. Solicito sua leitura de nossa abordagem sobre obsessão colocada em nosso blog. E lá voce vai ver mais explicitadamente como esta funciona. Somos a matriz de toda má influencia que sofremos. Quanto mais nos renovamos, mais nos distancimos das garras da perturbação. A dificuldade de se livrar disso está na profundidade das raízes das deficiencias que nos caracteriza a individualidade. Portanto, não há negligência dos guias amigos e nem indiferença divina para com nossas lutas. O que precisamos é tomar consciencia que fomos livres para seguir nesta ou naquela direção e, agora, podemos alterar a rota. Não nos faltará o amor de Deus e nem os poderosos amparos dos bons espiritos. Espero que tenha clareado um pouco a questão. Um abraço, amigo.
No livro "Aconteceu na casa espírita" é retratado o quanto a espiritualidade trabalha para tentar nos ajudar a não caírmos em processos obsessivos. Nós é que por incúria ou vaidade nos fechamos a essas orientações. Porém, não há privilégios, é necessário a cada um de nós o esforço por nossa reforma íntima. É o vigiar e orar.
ResponderExcluirQuerido Fred, permita-me assim chamá-lo.
ResponderExcluirComo sempre suas colocações são perfeitas a cerca das nossas sintonias, influências e atitudes.
Permita-me a ousadia de acrescentar, se é que precisa, uma simples observação.
Nesta segunda em um evangelho que participei em minha casa (Fraternidade Espírita a Caminho da Luz), com Toinho, que você bem conhece, Falávamos sobre a passagem do evangelho, sede perfeito. E Toinho muito bem colocou que esta perfeição a qual o querido Mestre nos convida é a de sermos o melhor possível dentro de nossas limitações e quando conseguirmos fazer nossas tarefas, de maneira digna e modificar nossa conduta seremos então perfeitos. Daí, então, passaremos para um novo estagio e seremos novamente convidados a sermos perfeitos nele. E assim, conseguiremos, paulatinamente, nos melhorar e ajudando aos que nos cercam.
Dito isto, gostaria só de dizer que: o mal que fazemos nos prejudica, mas de forma alguma nos impede, ou mesmo, retira o mérito das boas ações, que praticamos para com nossos irmãos.
Obrigado por suas consoladoras palavras de sempre.
Abraço